sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Tipos de pães para a dieta

Comer um pãozinho com manteiga no café da manhã é quase uma tradição para os brasileiros. Mais do que gostosos, os pães são ricos em carboidratos. Esses nutrientes são importantes para o funcionamento de corpo e não devem ficar de fora da dieta sem aconselhamento médico.

Sempre que ingerimos carboidratos, eles entram na corrente sanguínea e são absorvidos em diferentes velocidades, dando energia para o organismo funcionar. Quanto maior a velocidade de absorção de seus carboidratos, maior será o índice glicêmico do alimento.

"Todos os tipos de pão são ótimas fontes de carboidratos, responsáveis por dar energia ao corpo. Mas, como o índice glicêmico de cada tipo pode variar, é importante saber qual é a melhor hora para comer cada tipo", diz o nutricionista e personal trainer Vinicius Oliveira, da Academia Forum Exere Fitness. Cada pão também possui uma quantidade de nutrientes específica. Conheça mais essas variações.

Pão branco (normal)

Também conhecido como pão francês ou pão de sal, o pão branco é o mais consumido pelos brasileiros. Ele é feito com farinha refinada de trigo e é rico em carboidratos e proteínas. Como o índice glicêmico é elevado, o pão branco é usado como padrão para medir a glicose nos alimentos. "Ele é o pão que apresenta o maior índice glicêmico e, por isso, não deve ser consumido antes dos exercícios ou de dormir", diz Vinicius Oliveira.

O hábito de consumi-lo na primeira refeição do dia é bastante saudável, segundo o nutricionista. "Quando acordamos, nosso corpo de uma grande ingestão de energia, já que passou várias horas em jejum. Por isso, o pão branco, que contém mais carboidratos, é o mais indicado", comenta. Após um grande gasto de energia, como depois de uma atividade física, comer um pão branco pode ajudar a recuperar a vitalidade.

Pão integral

O pão integral não é preparado com farinha refinada, o que mantém as quantidades de vitaminas, minerais e fibras dos cereais no pão, tornando-o bastante nutritivo. Mesmo que também tenha carboidratos, as fibras contidas no pão integral desaceleram a absorção de glicemia pelo organismo, o que diminui o índice glicêmico.

"Esse tipo de pão é indicado para antes do treino. Como ele tem grande quantidade de fibras, que fazem o corpo absorver insulina de maneira mais lenta e gradual, garante energia durante todo o treino", explica o nutricionista.

Pão de linhaça

A linhaça é ótima fonte de ômegas 3 e 6, por isso, ela só traz vantagens à sua dieta, além de ser um importante agente antioxidante e renovador celular. Um pão feito dessa sementinha também possui essas caraterísticas. "Ele é rico em fibras e gorduras boas, as insaturadas. Assim, o consumo desse alimento ajuda a melhorar o índice nutricional de nossa alimentação", explica a nutricionista do Dieta e Saúde, Roberta Stella.

De acordo com o nutricionista Vinicius Oliveira, o pão de linhaça, ainda garante ao corpo um aumento de energia e de vitalidade. "A linhaça acelera o metabolismo, o que garante eficácia na produção de energia celular e ajuda a recuperar a fadiga muscular". Por isso ele é uma ótima opção para um lanchinho antes e depois do treino.

Pão de centeio

Esse pão é o campeão no quesito quantidade baixa de gordura. "O pão de centeio é o que contém menos gorduras e proteínas, sendo uma boa opção para quem não quer mais consumir pão branco ou quer ingerir menos gorduras", diz Vinícius Oliveira. Além disso, ele tem praticamente as mesmas fibras que o pão integral, ajudando no processo digestivo. No entanto, esse pão contém mais carboidratos do que os outros tipos.

Pão de Aveia

Rico em ferro, magnésio, zinco, cobre e proteínas, o pão de aveia é bastante indicado para quem tem problemas em controlar a glicemia, já que a aveia é rica em fibras solúveis, principalmente a beta-glucana, que retarda a absorção de glicose e do colesterol, sendo uma sugestão de pão para hipercolesterolêmicos.

Além disso, assim como o pão integral, a grande quantidade de fibras ajuda a abaixar o índice glicêmico, ideal para quem quer fazer um lanchinho antes de alguma atividade física mais demorada.

Pão de milho

O pão de milho, diferente do que é feito de trigo, não perde a casca durante o processo de preparação. Por isso, ele é rico em fibras e minerais, como fósforo, ferro, potássio e zinco. Além desses nutrientes, o pão de milho também é rico em proteínas e vitaminas do complexo B. "Ele é uma importante opção para quem tem doença celíaca, já que o milho não contém glúten", diz o nutricionista Vinicius Oliveira.

Pão australiano

Esse pão, feito de farinha de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico, tem uma cor escura, que vem da farinha integral, e um sabor adocicado causado pelo estrato de mel usado durante o preparo. É rico em vitaminas, minerais e fibras provenientes da casca dos grãos de trigo.

Pão Sírio

Também conhecido como pão pita, ele é feito de trigo assim como o pão branco, só que contém menor quantidade de gorduras e de carboidratos. Ele é uma boa opção para quem quer variar a dieta sem aumentar a quantidade de calorias e gorduras ingeridas.

Croissant

Croissant - que quer dizer crescente em francês - é aquele pãozinho em forma de meia-lua, feito com massa folhada e grande estrela do café da manhã dos franceses. Essa opção tem mais gorduras e calorias do que os outros tipos e deve ser consumida com moderação, principalmente as versões recheadas.

Fonte: Minha Vida
Texto: Fernando Menezes
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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

A lenda do primeiro gaúcho

Século XVIII. Uma partida de brasileiros atravessa as verdejantes campinas do Rio Grande do Sul. Impulsionados pela necessidade de braços para as lavouras, buscam o índio. Hão de avassalar as tribos ocupantes daquela região. Com esta disposição, viajam bem municiados e armados.

Os índios minuanos, avisados pelas sentinelas da aproximação dos brancos, montam em seus fogosos cavalos e, armados de flecha e boleadeiras e lanças, deixam seu acampamento e rumam para as coxilhas.

Ao avistar os brasileiros se aproximando, os índios usam de sua tática de ocultar-se ao longo do dorso dos cavalos. Destarte, dificilmente seriam descobertos pelos inimigos.

Imóveis, esperam eles o momento azado para atirar-se sobre os viajantes.

Os brasileiros não são conhecedores dos hábitos e da tática empregada pelos índios habitantes das campinas do Sul. E avistando à distância o bando de cavalos pastando, tomam essa direção, muito senhores de si.

Assim, ao se aproximarem os brasileiros, os índios despencam-se nos seus animais do cimo das coxilhas, em galopada, investindo contra os brancos com furiosa saraivadas de flechas. Respondem estes com tiros de armas de fogo. Nova investida dos índios, agora se servindo-se das lanças, obriga os invasores a fugir em desordem.

Caído por terra acha-se um moço ferido. Ao seu lado uma jovem índia minuano. Fascinara-a a coragem do estrangeiro.

O brasileiro sabe da sorte que o espera. E, interrogando a moça quando será sacrificado, responde-lhe esta que nada tema, pois estará a seu lado. Anima-o com palavras confortadoras, cheia de simpatia e compaixão pela sorte do estrangeiro.

O prisioneiro é levado para o acampamento dos minuano. Enquanto esperam que se cure da ferida para sacrificá-lo, dão-lhe toda liberdade sob vigilância das sentinelas.

O jovem branco resolve fazer uma viola. Uma tarde, à sombra de uma árvore, com a pouca ferramenta de que dispõe, a muito custo vai improvisando um rústico instrumento. Inicialmente aparelha, em forma de espessa tábua, uma pau de corticeira. Cava-a dando-lhe a forma de viola. Coloca uma tampa com abertura circular para dar vibração ao som das cordas. Para colar a tampa emprega o grude de parasita sombaré, das árvores da serra. E da própria fibra da parasita ele prepara as cordas para o instrumento.

A índia já lhe tem muita amizade e está sempre ao seu lado nas horas de folga. Enquanto o vê trabalhar, canta-lhe suavemente um canto doce e pitoresco da gente minuana.

Ainda não passara um lua, e já, na grande ocara do acampamento, celebra-se o ritual do sacrifício.

Amarrado a um tronco está o prisioneiro.

Todos os índios da nação, reunidos em volta dele, dançam e cantam a sua morte. De quando em vez, passam, de mão em mão, cuias contendo delicioso vinho fabricado com o mel eiratim.

Há um silêncio de morte em todo o acampamento. O chefe minuano ordena que soltem o prisioneiro e tragam-no à sua presença.

Fitando o moço bem nos olhos, assim fala o cacique:

-Que aos teus irmãos sirva de lição esta última derrota. Que não nos tornem a vir incomodar. Os que vierem nestes campos buscar escravos, hão de ser esmagados pelas patas de nossos cavalos. E tu, pagarás com a morte a tua audácia e a dos teus!

Contudo, o chefe minuano diz ao condenado que faça o seu último pedido.

Surpreende-se o branco com tal gesto. E, dotado de uma inteligência não vulgar, num relance percebe como poderá livrar-se da morte. Sabendo da emotividade e a influência que exerce a música sobre aquelas criaturas, pede que lhe tragam o seu instrumento de cordas. Quer tocar pela última vez. Cantar uma balada de sua terra.

É a jovem índia quem lhe traz a sua viola, debaixo dos olhares curiosos dos índios.

Cheio de fé, o moço pega da viola. Depois de alguns sonoros acordes, entoa uma canção. E o ricto bárbaro daquelas fisionomias rudes transforma-se como por encanto.

Ouve-no com enlevo, exclamando a todo instante: – Gaú-che! Gaú-che!… o que significa: gente que canta triste.

Sensibilizados pela doce cantiga do condenado à morte, os índios intercedem para que o sacrifício seja revogado.

E, assim, o brasileiro fica morando com os minuanos.

Enamorado da jovem índia, casa-se com ela. E dessa bela união, do elemento branco com a indígena, resultou o tipo desse homem extraordinário que se chama gaúcho.
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Fonte: Lessa, Barbosa - Antologia ilustrada do folclore brasileiro: Estórias e lendas do Rio Grande do Sul. São Paulo, Editora Literart, 1960
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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Viva a depredação da natureza!

"As areias da Praia Brava, em Itajaí, começam a sentir os efeitos da recente onda de verticalização. Ao cair da tarde, a praia é parcialmente tomada pela sombra dos edifícios que se erguem pela orla _ fenômeno que já ocorre na vizinha Balneário Camboriú, onde a silhueta dos arranha-céus esconde o sol. Resultado do despertar da construção civil para as belezas da Brava, a sombra preocupa moradores e ambientalistas, que temem mudanças na vocação turística da praia." (Notícias Catarinenses).

Ontem nós itajaienses perdemos uma batalha. Os amantes da natureza e nossos turistas também. A Câmara de Vereadores votou a favor dos tubarões do ramo imobiliário que modificarão a paisagem, que provocará a extinção da natureza agreste de uns dos locais mais lindos de nosso Estado. Por “aqueles” que se dizem representantes do nosso povo, da nossa "Pequena Pátria" segundo o ilustre itajaiense Marcos Konder (1).

Mas, tenho impressão (que tanso eu sou) que alguns destes “nobres” vereadores que votaram a favor desta devastação, pouco se importam por nosso patrimônio, não sabem quem foi Marcos Konder e nem  entendem o que é "pátria", e pior: só se interessam por si!

Que pena! A especulação imobiliária e interesses mesquinhos do ganho fácil (às vezes por baixo dos panos) sempre derrotam ideais nobres de muitos de nossos irmãos itajaienses e de outros gentis-homens que abraçaram nossa linda terra papa-siri, tão corretos no pensamento de preservação local como o de nosso planeta Terra...

E os nossos amigos gaúchos dizem: “Não tá muerto quem pelea!”. Então continuemos lutando! Viva Itajaí, nossa Pequena Pátria!

Protesto contra a construção de prédios no Canto do Morcego (Foto: Marcos Porto)
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(1) Marcos Konder - (Itajaí 1882 - 1962) Industrial, financista, político e intelectual, foi prefeito de Itajaí no período de 1915 a 1930. Revelou-se administrador extraordinário. Como escritor cabe destaque para a sua obra "A PEQUENA PÁTRIA", crônica histórica sobre Itajaí.
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