quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O lindo Canto do Morcego

Itajaí SC - 31/8/2011

Fotos tiradas por mim e por meu filho em 31/08/2011 lá do farol de Cabeçudas. É bom guardarmos estas lembranças, pois foi aprovado um projeto pelos vereadores de nossa cidade (verticalização do Canto do Morcego) para urbanizar esse local tão encantador e agreste.

Itajaí SC - 31/8/2011

Itajaí SC - 31/8/2011

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Itajaí (SC) - Canto do Morcego, um álbum no Flickr.

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A vaca

Não foi muito longe não, foi na Avenida das Bandeiras — que é ali beirando a variante. Personagem : Uma vaca! A dita personagem vinha caminhando pela beira da Avenida das Bandeiras, com aquela dignidade que só as vacas têm, quando — súbito — resolveu atravessar para o outro lado. E vocês sabem como vaca é. Cismou e atravessou mesmo.

Vinha um caminhão disparado e não teve tempo de frear. Aí foi aquele acidente horrível. O caminhão pegou a vaca pelo meio e encaçapou-a legal, matando ali mesmo. O noticiário não explica se a coitada ficou em decúbito dorsal ou decúbito ventral, mas que morreu, lá isso morreu.

O caminhão deu no pé e nem prestou atenção; caminhão mata gente e não pára, vai travar por causa de vaca!

Aconteceu, porém, o que ninguém esperava. Um — com desculpa da má palavra — pedestre que a tudo assistira, em vez de ficar na moita e resolver o seu problema sozinho, saiu gritando pela aí:

— Tem uma vaca morta na estrada! Tem uma vaca morta na estrada!

No grito, a turma ouviu e só pensou em chã-de-dentro, alcatra, mocotó, filé. Alguns, mais requintados, na voz de vaca morta, passaram a entrever dobradinhas à moda do Porto, iscas de fígado à lisboeta, rabada com polenta, filé à Osvaldo Aranha (ou mesmo filé ao outro... Chateaubriand). Enfim, foi aquela ignorância.

O povo muniu-se de facas, machadinhas, canivetes e até tesouras de unhas para retalhar a falecida, na ânsia de melhorar o ragu. Os mais fortes conseguiram o lado bom da vaca, onde mora o mignon. Os mais fracos, ainda que intimidados, pegaram o miolo (miolo de vaca é como o de cronista menor, não tem muito proveito), outros franzinos levaram os rins, e assim por diante.

Dizem técnicos em talho que do boi só não se aproveita o suspiro, porque até a sua vergonha serve para adubar canteiros. Pois com a vaca atropelada foi pior.

Depois que acabou o pega, os que não tiveram vez chegaram de mansinho e repartiram os ossos, porque uma sopa razoável, hoje em dia", está custando mais caro do que prato feito reforçado em botequim de operário.

Dizem que o Sindicato dos Urubus vai protestar junto ao Dr. J. Karne e impetrar mandado de segurança.

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Fonte: Tia Zulmira e Eu  - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.
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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O velho processo

Diz que na Itália está uma fofoca danada. Depois de tantos anos, volta a Igreja a ser contra a ciência, achando que o progresso desta é uma ofensa ao Altíssimo. É uma briga velha, que fez muito sábio da antigüidade virar churrasco na mão do padre.

Agora é por causa do cientista italiano que conseguiu fecundar um óvulo humano em tubo de ensaios. A "Pretapress", num de seus despachos desta semana, já noticiou o fato. O órgão do Vaticano "Osservatore delia Domenica" espinafrou o cientista Dianeli Petrucci, que foi quem conseguiu isolar o óvulo e fazer nele uma inseminação artificial, acusando o distinto de trair as Leis que o Criador colocou na natureza em geral e no homem em particular.

E com grande sucesso — acrescentamos nós, que nada temos com a briga e estamos aqui somente para relatar. Se entramos na coisa foi sem querer, como Pilatos no "Credo" ou Al Neto na imprensa.

Dianeli Petrucci, logo que foram publicadas as espinafrações ao seu trabalho de laboratório, onde, inclusive, dizia-se que o  embrião humano pode ter alma desde o momento de sua concepção, concedeu entrevista aos jornalistas que foram ouvir sua opinião a respeito das restrições, todos doidos para uma fofoca. O cientista decepcionou os repórteres, ao explicar que não tomaria conhecimento de nada e continuaria o seu trabalho.

Agora, você aí, sente o drama, vá! Já tinham inventado a tal de inseminação artificial, que era um desperdício bárbaro, e eis que neste momento um sábio trabalha com afinco para firmar a geração de chocadeira, digna substituição da atual geração Mustafá, que tem pai e mãe mas ninguém diz. Parecem todos de chocadeira também.

O que nos consolou nisto tudo foi a opinião do abominável Primo Altamirando. O nefando parente é um chato, mas tem um certo equilíbrio nas suas observações.

Quando lhe mostramos o noticiário sobre o que está se passando na Itália, ele leu com ar desinteressado e depois perguntou:

— Que é que tem isso?

— Que é que tem? — repetimos. — Ora, Mirinho. A humanidade é preguiçosa. Se esse italiano descobre um método de fabricar crianças em laboratório, vai ser chato.

Altamirando deu uma gargalhada e nos acalmou com esta oportuna observação:

— Não seja trouxa, rapaz. Por mais eficaz que seja o método novo de fazer criança, a turma jamais abandonará o processo antigo.

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Fonte: Tia Zulmira e Eu  - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.
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