domingo, 17 de novembro de 2013

A degradação de uma princesa


Eis uma foto de Balneário Camboriú, Santa Catarina, em pleno ano da Graça de 1975. Alguns prédios – em evidência o Hotel Marambaia onde a ainda linda Vera Fischer foi eleita miss em 1969 – construídos (desgraçadamente) em cima da faixa de areia da praia, um ribeirão que serpenteia onde, sem dúvida, é o nosso lindo bairro Pioneiros, atravessando subterraneamente a atual Avenida Brasil nesse local.

Mas não se iludam! Sou filho de Itajaí, "papa-siri" que acompanha esse "progresso". Nessa época o ribeirão já era poluído e a famosa praia que banha o também famoso balneário também o era em pequenas proporções, se compararmos com a calamidade que é hoje. Dúvidas? Visitem o Pontal Norte de nossa cidade, aquele riozinho com várias bateras, e tentem não respirar... Porque a degradação ambiental, o lixo, chegou ao máximo!

Mas a verdadeira calamidade é a atual “muralha” infernal de prédios construídos em cima dessa praia tão bonita, tão mansa e tão procurada por turistas de toda parte de nosso país, da Argentina, Uruguai, Paraguai e Chile. O fato é que à partir das 3 horas da tarde, nossos banhistas já não tem mais o sol.

As empresas de construção, as imobiliárias, nesse Brasil tão errado, jamais publicarão isso. O dinheiro destrói paraísos naturais e constrói paraísos artificiais. Tenho pavor da "urbanização" também catastrófica que ocorre, agora, na nossa linda Praia Brava!

Uma boa noite para todos!

Dado Itajahy
Leia mais...

Orquídeas do Pontal Norte

Pontal Norte - BC 17/11/2013
Pontal Norte - BC 17/11/2013Pontal Norte - BC 17/11/2013Pontal Norte - BC 17/11/2013Pontal Norte - BC 17/11/2013Pontal Norte - BC 17/11/2013Pontal Norte - BC 17/11/2013
Pontal Norte - BC 17/11/2013Pontal Norte - BC 17/11/2013Pontal Norte - BC 17/11/2013

Orquídeas do Pontal Norte BC, um álbum no Flickr.
Nesta tarde, de 17/11/2013, no pontal norte da praia de Balneário Camboriú.
Leia mais...

Faquirismo e provocação

Os mais assíduos (leitores, naturalmente) devem estar lembrados do que escrevemos no dia em que Silki — o Pele da Fome — entrou novamente numa urna de vidro para tentar recuperar para o Brasil o recorde da dita, ora nas mãos, ou melhor, no estômago do francês Burmah. Escrevemos na ocasião que o grande inimigo desse Didi da inanição seriam as provocações do público, um público que pagava para chatear o faquir.

Já da última vez que Silki bateu o recorde, a coisa tinha acontecido. Inimigos da fome pagavam entrada para ver o faquir, chegavam junto à urna de vidro munidos de pastéis, empadinhas e outras guloseimas, e ficavam comendo na frente dele, para ver o bicho que dava.

O faquir resolveu temporariamente o problema fechando os olhos, para não ver. Surgiu, porém, um torturador requintado que comia a empadinha e cuspia o caroço em cima da urna, com toda a força. Ora, sendo a urna de vidro, o caroço ao bater fazia tiliiiiiimmmm... obrigando o coitado a abrir os olhos de susto.

Agora a provocação foi maior. Silki pretendia ficar mastigando vento 108 dias — temporada que lhe traria o recorde de volta — mas abandonou a urna com 36 dias, vítima de um ataque de nervos e a conselho de seu médico assistente, que o retirou à força ajudado pelo delegado de Costumes e Diversões.

Silki não queria sair, mas seus nervos estavam em tal estado, que foi obrigado a ceder e se internar numa Casa de Saúde, onde ainda se encontra. O secretário do faquir falou à imprensa e contou, revoltado:

— Muitas pessoas, ao visitá-lo, exibiam pratos variados e apetitosos, como galinha assada, empadas, doces etc. E o pior é que, pela madrugada, lá chegavam mulheres trajando roupas escandalosas, algumas até exibindo certas partes do corpo. Silki não agüentou. Vejam vocês que baianada!

O secretário não explicou pra imprensa quais as partes do corpo que as elegantes exibiam, mas isto não importa. Mulher — quando é boa — qualquer parte serve, conforme costuma dizer nosso nefando primo Mirinho — o crápula.

Também não explicou qual das abstinências provocou o estado de nervos de Silki. A gente, porém, tira as conclusões.

Da outra vez ele bateu o recorde mesmo com a provocação de exibições gastronômicas. Desta vez é que começou a novidade de mulher ir provocá-lo. Portanto, dos seus jejuns, ele deve ter sucumbido ao segundo.


Fonte: Tia Zulmira e Eu - Stanislaw Ponte Preta - 6.ª edição - Ilustrado por Jaguar - EDITORA CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA S.A.
Leia mais...